quarta-feira, 11 de abril de 2018

10 Maiores Fracassos de Bilheteria de Todos os Tempos


Alguns filmes são sucessos de bilheteria, outros não. Mas algumas apostas dos estúdios envolvem custos tão exagerados, que mesmo com bilheterias medianas, jamais se pagam e chegam a levar os produtores à falência.
Esta lista traz os 10 filmes que mais prejuízo deram aos estúdios, em valores reajustados pela inflação

1.  Sinbad - A Lenda dos Sete Mares (prejuízo de 166 milhões de dólares. este desenho de 2003 fez a Dreamworks trocar definitivamente a animação tradicional pela digital. conta a história de um marujo aventureiro que é envolvido num roubo pela deusa do Caos e tem dez dias para provar sua inocência. está disponível na Netflix, se alguém quiser conferir).

2.  A Ilha da Garganta Cortada (prejuízo de 143 milhões de dólares. um confuso filme de pirata, dirigido pelo finlandês Renny Harlin e estrelado por sua então esposa Geena Davis. não tem graça e nem emoção. seu custo astronômico de 98 milhões em 1995 não chegou perto de ser pago e levou o estúdio Carolco para o buraco)

3.  Titan (prejuízo de 142 milhões de dólares. outra animação caríssima, foi recebida com frieza por público e crítica e trouxe enorme prejuízo à Fox. apesar da direção de Don Bluth e de dubladores como Matt Damon e Drew Barrymore, mais parece um vídeo game mal feito. a trama mostra um grupo de adolescentes tentando salvar o planeta num futuro distópico de 3028)

4.  Pluto Nash (prejuízo de 131 milhões de dólares. sinônimo de sucesso nos anos 1980, Eddie Murphy enterrou de vez sua carreira com essa horrenda comédia de ficção científica sobre o dono de um clube noturno na... lua em 2087, que enfrenta um mafioso que quer tomar seu negócio. produção caríssima de 2002, que fracassou em todos os níveis imagináveis)

5.  John Carter: Entre Dois Mundos (prejuízo estimado entre 130 e 213 milhões de dólares. baseado num personagem criado por Edgar Rice Burroughs em 1912, um veterano da guerra civil americana, que misteriosamente acorda em Marte. é um filme confuso, mas nem é tão ruim assim. o problema é que os custos saíram totalmente do controle, ultrapassando absurdos 263 milhões em 2012. esse fracasso fez a Disney desistir dessa nova franquia e adquirir os direitos de Star Wars, um investimento muito mais seguro)

6.  Final Fantasy (prejuízo de 130 milhões de dólares. co-produção Japão/EUA, é uma inovadora animação digital feita sobre atores em 2001. baseado num RPG sobre humanos sitiados numa cidade barreira, tentando resistir à invasores alienígenas na Terra de 2065. é bem feito, mas chato... os altos custos e bilheria modesta trouxeram o filme a esta lista)

7.  O Álamo (prejuízo de 122 milhões de dólares. faroeste épico, que relata a revolta no Alamo, de 1836, onde um pequeno grupo de soldados texanos lutaram contra o exército mexicano, para se tornarem independentes. produção cuidadosa, com atores do nível de Dennis Quaid e Billy Bob Thronton, mas sem nenhum charme. custou caro e fracassou nas bilheterias em 2004)

8.  Stealth - Ameaça Invisível (prejuízo de 120 milhões de dólares. uma imitação futurista do péssimo Top Gun, dirigida por Rob Cohen da série 'Velozes e Furiosos', tinha tudo para dar lucro, mas o roteiro tolo e o lançamento em data mal escolhida, disputando as telas com fortes concorrentes, levou o filme ao fracasso)

9.  O Portal do Paraíso (prejuízo de 120 milhões de dólares. notório por falir a United Artists, este longo faroeste épico de 1980, custou caro e faturou muito pouco. dirigido por Michael Cimino, recém premiado com o Oscar por 'O Franco Atirador' e estrelado por astros do quilate de Kris Kristofferson, Christopher Walken, John Hurt, Isabelle Huppert e Jeff Bridges, entre outros. chegou a ser indicado ao Oscar de direção de arte, mas o público odiou. mas quer saber? não é ruim)

10.  Supernova (prejuízo de 118 milhões de dólares. mais uma ficção científica na lista. dirigido por Walter Hill e estrelado por James Spader, conta a história de uma nave de resgate que atende um pedido de socorro vindo de uma mineradora numa galáxia distante. após os testes de público fracassarem, os produtores contrataram outro diretor, que deixou o filme ainda mais confuso. em seguida, chamaram Francis Coppola para reeditar e a bagunça estava formada. o resultado foi um retumbante fiasco de público e crítica)


Outros grandes fracassos: 'Ricos, Bonitos e Infiéis' - 2001 (117 milhões), 'Planeta do Tesouro' - 2002 (116 milhões), 'Rei Arthur: A Lenda da Espada' - 2017 (entre 115 e 150 milhões), 'A Queda do Império Romano' - 1964 (113 milhões), 'Monster Trucks' - 2016 (entre 111 e 117 milhões), 'Marte Precisa de Mães' - 2011 (entre 109 - 157 milhões), 'O Mensageiro' - 1997 (107 milhões), 'A Volta do Todo Poderoso' - 2007 (104 milhões), 'A Reconquista' - 2000 (104 milhões)...


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sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

10 Filmes com Atores que Morreram no 2º Semestre de 2017


Todo semestre este blog traz a lista com a memória dos atores e atrizes falecidos no período. Traz apenas intérpretes e não técnicos.
Eis aqui um resumo dos principais artistas que perdemos recentemente na ordem de suas mortes.

1.  Elsa Martinelli - Hatari! (08/07. aos 82 anos de câncer. A carreira de modelo internacional levou esta bela italiana a arriscar-se nos Estados Unidos, mesmo sem falar inglês. fez filmes com Kirk Douglas - 'A um Passo da Morte', 1955 -, Orson Welles, em 'O Processo', 1962, Roger Vadim, em 'Rosas de Sangue', 1960. Ficou muito conhecida pelo sucesso de Howard Hawks, Hatari!, ao lado de John Wayne. teve uma carreira com dezenas de filmes e séries, que abandonou para tornar-se decoradora)

2.  Martin Landau - Ed Wood (15/07. aos 89 anos. Martin começou a vida como ilustrador, até entrar para o seleto Actor's Studio, onde conheceu Steve McQueen e James Dean. participou de quase 200 filmes e séries, com os maiores diretores do mundo. ganhou dezenas de prêmios, entre eles o Oscar de coadjuvante no papel de Bela Lugosi em 'Ed Wood' de Tim Burton. Foi indicado na mesma categoria por 'Crimes e Pecados' de Woody Allen e 'Tucker' de Francis Coppola)

3.  John Heard - O Regresso para Bountiful (21/07. aos 71 anos de ataque cardíaco. talentoso e esforçado, fez cerca de 200 filmes e séries ininterruptamente, deixando inclusive quatro deles por serem lançados. Ficou conhecido como o pai do Kevin em 'Esqueceram de Mim' e pelo filme 'Big - Quero Ser Grande', mas prefiro destacar o lindo filme que deu o Oscar a Geraldine Page, que interpretava sua mãe, 'The Trip to Bountiful')

4.  Sam Shepard - Os Eleitos (27/07. aos 73 anos, de esclerose lateral amiotrófica. ator, diretor e dramaturgo, Shepard foi indicado ao Oscar de coadjuvante pelo épico 'The Right Stuff - Os Eleitos'.Destacou também em filmes como 'Álbum de Família' e 'Falcão Negro em Perigo'. Foi casado com a atriz Jessica Lange por 27 anos, com quem teve 2 de seus 3 filhos)

5.  Jeanne Moreau - Jules e Jim, Uma Mulher para Dois (31/07. aos 89 anos de causas naturais. a atriz parisiense ganhou status de estrela graças a Louis Malle, que lhe deu o papel principal em 'Ascensor para o Cadafalso' e 'Amantes', mas mereceu o título de diva ao estrelar o marco da Nouvelle Vague, 'Jules e Jim' de François Truffaut. Em mais de 140 filmes, foi dirigida por diretores como Orson Welles, Michelangelo Antonioni, Roger Vadim e Rainer Werner Fassbinder. Foi homenageada nos festivais de Cannes, Veneza e Berlim. E chegou até a fazer um filme no Brasil, 'Joana, a Francesa' de Cacá Diegues)

6.  Jerry Lewis - O Professor Aloprado (20/08. aos 91 anos de cardiomiopatia isquêmica. um dos maiores ícones da comédia, Lewis dominou as bilheterias do mundo todo entre as décadas de 1950 e 1960. Foi redescoberto como gênio pelos críticos franceses, já que em seu próprio país não era levado a sério. Dirigiu e escreveu diversos de seus filmes, dos quis destaco 'The Nutty Professor', uma divertida versão de 'Dr. Jeckyll and Mr. Hyde'. Seu penúltimo filme foi numa ponta no brasileiro 'Até que a Sorte nos Separe 2')

7.  Mireille Darc - Week-End à Francesa (28/08. aos 79 anos. a linda modelo francesa ficou marcada como a loura sedutora, graças aos 17 filmes policiais que fez com o diretor Georges Lautner. Foi casada com Alain Delon. Fez filmes importantes, entre eles 'Week-end', um conto surreal de Jean-Luc Godard)

8.  Harry Dean Stanton - Paris, Texas (15/09. aos 91 anos, de causas naturais. Stanton em 60 anos de carreira participou de mais de 200 filmes e séries, sempre dando brilho aos seus personagens. Um ator introspectivo e intenso que valorizava qualquer cena em que aparecia. Na sua filmografia estão os icônicos 'Alien', 'À Espera de um Milagre' e 'A Garota de Rosa-Shocking', mas é sua presença em 'Paris, Texas' de Wim Wenders que mais me chamou minha atenção, uma performance épica, triste como poucas. Um belíssimo ator, que nos deixa um grande legado)

9.  Jean Rochefort - Uma Passagem para a Vida (09/10. aos 87 anos. um dos mais populares atores franceses, participou de cerca de 150 filmes. Ganhou três prêmios César e foi indicado para outros quatro. Dentre eles estão os ótimos 'Caindo no Ridículo', 'O Marido da Cabeleireira'. No papel de um professor que faz amizade com um ladrão - vivido pelo roqueiro Johnny Haliday também falecido neste semestre -, ganhou o prêmio da audiência em Veneza)

10.  Federico Luppi - Cronos (20/10. aos 83 anos, em consequência de um acidente doméstico. um dos mais importantes atores argentinos com atuações memoráveis no cinema e no teatro, teve que se exilar na Espanha durante a ditadura militar em seu país. Estrelou 'Cronos' o primeiro longa de Guillermo del Toro, com quem esteve também em 'A Espinha do Diabo' e 'O Labirinto do Fauno'. Dentre os filmes rodados na Argentina estão o recente 'Neve Negra' e o excepcional 'Um Lugar no Mundo'. Ganhou dezenas de prêmios merecidos em festivais internacionais)

Outros atores importantes:
 
Roy Dotrice (Amadeus / Game of Thrones), John Hillerman (Chinatown, Magnum), Jay Thomas (Mr. Holland), Anne Jeffreys (Dick Tracy 1945), Jim Nabors (A Melhor Casa Suspeita do Texas), Robert Hardy (Harry Potter e o Prisioneira de Azkaban), Rogéria (Divinas Divas),

Ruth Escobar (O Homem que Virou Suco), Ann Wedgeworth (Um Sonho, Uma Lenda), Rosemary Leach (Uma Janela para o Amor), Johnny Haliday (Vingança), Danielle Darrieux (8 Mulheres), Nelsan Ellis (O Mordomo da Casa Branca), Della Reese (Os Donos da Noite)...










quarta-feira, 3 de janeiro de 2018

Os 10 Melhores Filmes Brasileiros de 2017


2017 foi especialmente marcante para o cinema nacional. Apesar de as bilheterias não terem sido tão espetaculares, a qualidade dos filmes melhorou a olhos vistos. Não são apenas três ou quatro exceções, houveram pelo menos 20 ótimos lançamentos.
A minha lista destaca dez deles e é injusta com muitos outros que ficaram de fora. Por isso recomendo a vocês: Prestigiem o cinema brasileiro!

1.  Corpo Elétrico (Elias - Kelner Macêdo - é estilista numa pequena confecção do centro de São Paulo. Ele mantém pouco contato com a família na Paraíba, e passa seus dias entre o trabalho e os encontros com outros homens. Quando ele começa a fazer amizade com os outros funcionários, é desencorajado pelo chefe. Mas Elias não gosta muito de máquinas, ele prefere gente. Um lindo filme sobre o ser humano, apesar das diferenças, poder coexistir harmonicamente) (veja a crítica)

2.  O Filme da Minha Vida (O jovem Tony - Johnny Massaro - retorna à cidade natal e descobre que seu pai - Vincent Cassel -, voltou para França, abandonando a mãe. Ele consegue emprego como professor e resolve sair em busca do pai. Selton Mello parece ter encontrado sua voz como diretor. Uma voz doce, carregada de nostalgia e da sensibilidade de quem entende muito bem o que se passa no íntimo de suas personagens. Mas também é a voz de um artesão rigoroso, caprichoso em cada detalhe) (veja a crítica)

3.  Bingo, o Rei das Manhãs (Biografia disfarçada do primeiro ator a representar o palhaço Bozo no Brasil. Dirigido por Daniel Rezende, o filme tem um ritmo raro e uma atuação excepcional de Vladimir Brichta. O filme foi a escolha brasileira para concorrer ao Oscar, mas passou longe de uma indicação) (veja a crítica

4.  Pendular (Em um galpão abandonado, um casal de artistas contemporâneos observa a arte, a performance e sua intimidade se misturarem. Dirigido opor Júlia Murat, não é uma obra fácil, mas é muito elaborada e inteligente. É um daqueles filmes que nos estimula a pensar, não apenas sobre ele, mas sobre a vida) (veja a crítica

5.  Entre Irmãs (No interior de Pernambuco, nos anos 30, duas irmãs - Nanda Costa e Marjorie Estiano -, separadas pelo destino, terão que enfrentar as dificuldades do sertão e da cidade. Um épico folhetinesco, com romances e dramas exarcebados, que nas mãos do habilidoso Breno Silveira, consegue emocionar até os mais mal humorados) (veja a crítica

6.  Vazante (No início do século dezenove, em uma fazenda imponente e decadente, situada na região dos diamantes em Minas Gerais, brancos, negros nativos e recém-chegados da África sofrem com os conflitos e a incomunicabilidade gerada pela solidão e pelas tensões raciais. A diretora Daniela Thomas reconstrói com maestria as dificuldades cotidianas e da convivência forçada nas fazendas de então entre patrões e escravos)  (veja a crítica

7.  Mulher do Pai (Uma adolescente precisa cuidar do pai cego - Marat Descartes -, após a morte da avó que os criou como irmãos. Quando ele percebe o amadurecimento da filha, surge uma desconcertante intimidade entre eles. Mas, com a chegada de Rosário, o ciúme ganhará espaço na vida de ambos. O novo cinema brasileiro passa necessariamente pelo olhar feminino. A cineasta Cristiane Oliveira estreia na direção de longas com um trabalho minucioso sobre um roteiro recheado de nuances e significados que vão além da superfície)  (veja a crítica

8.  Gabriel e a Montanha (A história real de Gabriel Buchmann, um jovem aventureiro brasilero que decide ir para a África. Durante a viagem, Gabriel decide subir o Monte Mulanje, um dos mais altos do Malawi, mas por conta disso sua história se torna trágica. Fellipe Barbosa compôs um filme complexo e tenso. Utiliza um tom documental sem julgar seu protagonista e nos deixa tirar nossas próprias conclusões) (veja a crítica

9.  Divinas Divas (dirigido por Lendra Leal, este ótimo documentário aborda a primeira geração de artistas travestis do Brasil.na década de 1970,O filme acompanha o reencontro das artistas para a a montagem de um espetáculo, trazendo para a cena as histórias e memórias de uma geração que revolucionou o comportamento sexual e desafiou a moral de uma época) 

10.  Pitanga (Dirigido por Camila Pitanga, documenta a vida de Antônio Pitanga, um dos maiores atores do cinema nacional de todos os tempos, protagonista de momentos marcantes da cinematografia brasileira nas décadas de 1960 e 1970. Uma linda e merecida homenagem) 

Outros filmes que poderiam e deveriam fazer parte desta lista:

- As Duas Irenes

- Como Nossos Pais
- Divórcio
- A Cidade Onde Envelheço
- Fala Comigo
- No Intenso Agora
- Eu Fico Loko
- Redemoinho
- TOC - Transtornada Obsessiva Compulsiva
- Jonas e o Circo de Lona
- Esteros
- Martírio
- Era o Hotel Cambridge
- Amor.com


Veja ainda: "Os 10 Melhores Filmes Estrangeiros de 2017"














terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Os 10 Melhores Filmes Estrangeiros de 2017


Está cada vez mais complicado fazer a lista de melhores e delimitá-los apenas aos filmes lançados no cinema, porque com os serviços de streaming e as diversas mostras, muitos filmes não chegam ao circuito de exibição comercial, ou chegam com muito atraso. Mas este ano ainda iremos nos manter fieis à regra: Valem os filmes lançados nos cinemas brasileiros ao longo do ano que passou.
2017 foi um ano bastante irregular para o cinema. Muitos bons filmes lançados, mas nenhum chegou perto de ser uma obra-prima. Por isso mesmo, a ordem desta lista não é tão rigorosa, e não existe um filme muito melhor que os demais.

1.  Poesia Sem Fim (Autobiografia poética do mestre Alejandro Jodorowski que, durante o regime militar chileno, optou por seguir carreira na Europa e México realizando filmes surrealistas. O filme conta da sua infância ao seu amadurecimento como artista no Chile, chegando até sua partida. Divertido e lúdico, é o filme mais linear do ousado diretor, um prazer a ser degustado por cinéfilos, mas difícil para o espectador comum)

2.  Afterimage (Último e belo filme do maior cineasta polonês, Andrzej Wajda. retrata a vida do artista plástico Wladyslaw Strzeminski, que a despeito de suas dificuldades físicas, causadas por ferimentos de guerra e à opressão do regime soviético, continua fiel à sua obra vanguardista e disposto a influenciar seus jovens pupilos a não conformar-se com as diretrizes da cortina de ferro. O título faz referência a uma técnica ensinada pelo pintor: retratar a imagem que fica depois que cessa a exposição do objeto)

3.  Toni Erdmann (Um homem de meia idade, extrovertido e sempre disposto a fazer os outros rirem com ele, tenta se reaproximar da filha, uma executiva sisuda e rígida. A princípio nos sentimos constrangidos com a falta de noção do pai, mas logo entendemos as carências da filha e como eles acabam por se conectar. Um filme divertido e terno, mas principalmente estranho. Uma reflexão sobre a falta de humanidade na sociedade atual)

4.  La La Land (Um filme perfeito. o diretor Damien Chazelle consegue manter o ritmo empolgante durante todo o tempo, graças ao seu talento de músico. A receita inclui uma trama simples, intérpretes carismáticos e uma bela trilha sonora. O filme resgata a alegria do cinema, que há muito parecia esquecido. Sem esnobismos, o melhor filme americano do ano)

5.  Corpo e Alma (Filme húngaro sobre dois personagens socialmente desajustados, que acabam se encontrando e vencendo suas barreiras autoimpostas. Ela quase autista e ele recalcado por ter um braço sem movimento se aproximam graças a sonhos que têm em comum todas as noites e formam um casal improvável, difícil de causar empatia num primeiro momento, mas que transborda humanidade)

6.  Eu Não Sou Seu Negro (Documentário poderoso sobre a eterna luta contra a discriminação racial que atinge os Estados Unidos. Baseado num manuscrito inacabado de um livro do escritor James Balwin, que relata a morte de alguns dos principais expoentes do movimento negro do século passado. Surpreendentemente atual. Deixa um nó na garganta)

7.  Blade Runner 2049 (Parecia impossível fazer uma continuação do já clássico filme de Ridley Scott, mas o canadense Denis Villeneuve consegue ampliar e atualizar o universo do original, capturando a aparência de filme noir numa produção ainda mais espetacular. O encontro entre Ryan Gosling e Harrison Ford é sintomático das mudanças do mundo, tanto entre 1982 e 2017, como entre 2019 e 2049 da ficção)

8.  Os Cowboys (Um filme surpreendente, que utiliza a linha de desenvolvimento de 'The Searchers' de John Ford na Europa atual, assombrada pelo fantasma do fanatismo islâmico. Ótima estreia na direção do premiado roteirista Thomas Bidegain - de 'Ferrugem e Osso' - e atuações convincentes de François Damiens e Finnegan Oldfield)

9.  Eu, Daniel Blake (O inferno da burocracia não é privilégio do sistema de previdência brasileiro. Ken Loach descreve com humor e ternura a situação surreal em que seu personagem se vê, sem desprezar as sérias consequências de seu drama. E, mais uma vez, uma história banal nas mãos de um gênio vira um grande filme)

10.  Mulher Maravilha (Mais do que um bom filme de super heróis, este filme solo da poderosa amazona da DC é valorizado pelo olhar feminino da diretora Patty Jenkins - de 'Monster' -, que permite emoções além das que estamos acostumados no gênero. Como ação funciona muito bem também. Gal Gadot pode não ser muito expressiva, mas é linda e está perfeita na personagem)

Outros filmes que poderiam perfeitamente estar nesta lista:
- Personal Shopper
- O Apartamento
- Frantz
- O Filho de Joseph
- Logan
- Moonlight
- Sete Minutos Depois da Meia Noite
- Bom Comportamento
- O Ornitólogo
- A Espera
- Corra!
- Z, a Cidade Perdida
- Dunkirk
- Kiki, os Segredos do Desejo
- Colossal
- Doentes de Amor
- Detroit
- Motorista de Táxi
- O Reencontro
- Lady Macbeth
- Verão, 1993

Veja ainda: "Os 10 Melhores Filmes Brasileiros de 2017"